Eu poderia até concordar com uma medida destas se alguém exigisse qualidade e tecnologia para os “carros” fabricados no Brasil, eu até sei que aqui se fabricam umas carrocinhas um pouco melhor do que as que são empurradas para o povo CONTRIBUINTE, mas são para exportação.
O Nosso Governo, ou a vergonha a que chamam de governo prima por se mostrar incompetente e protecionista, “QUANTO SERÁ QUE GANHARAM ISSO” Porque a medida é um grito e um FOMENTO com aval GOVERNAENTAL à incompetência e Mediocridade.
Desde o início do seu mandato, a presidenta Dilma Rousseff deixou claro que seguiria a linha de seu antecessor de valorização da indústria estabelecida no País. Foi com essa filosofia que o ex-presidente Lula, em seus oito anos de governo, levou a Petrobras, por exemplo, a dar preferência a parceiros instalados no Brasil, o que ajudou a incentivar o ressurgimento da indústria naval brasileira. Quando lançou o plano Brasil Maior, com as linhas gerais de sua política industrial, em agosto passado, a presidenta mostrou que sua estratégia era fazer o mesmo para diversos setores. Em 2012, a promessa é de que sejam acelerados mecanismos de isenções fiscais para a produção nacional e estímulo à inovação para pelo menos 19 setores, segundo o Ministério do Desenvolvimento. O primeiro setor beneficiado foi a indústria automobilística. Além da promessa de redução de impostos para as montadoras que aumentarem os investimentos em pesquisa no País, as empresas do setor ganharam um escudo protetor contra a concorrência importada.
Na última sexta-feira 16, passou a vigorar o decreto que prevê a cobrança de 30 pontos percentuais a mais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros estrangeiros. Ao mesmo tempo, os fabricantes deverão obedecer a um critério mínimo de 65% de conteúdo nacional para que os veículos montados sejam considerados brasileiros. O governo ainda deve esclarecer quais serão os parâmetros para calcular o conteúdo nacional – hoje entram nessa rubrica despesas periféricas ao chão de fábrica, inclusive salários e publicidade. A fórmula deve mudar, considerando somente o peso das peças e componentes, considerando o custo de produção. Seja como for, a briga comprada com os importadores para alterar a dinâmica da produção é ousada e ambiciosa e chegou a despertar questionamentos do diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy.
“O Brasil resiste menos hoje a pressões protecionistas do que no passado”, disse ele na terça-feira 13. Mesmo assim, o governo vai adiante. As montadoras, é claro, celebram a iniciativa do governo, sinalizando que estão abertas à criação de uma nova dinâmica. “São medidas que vão valorizar a produção nacional”, disse à DINHEIRO Cledorvino Belini, presidente da Fiat e da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Nos últimos meses, de acordo com Belini, as empresas começaram a se adaptar tanto às exigências de conteúdo nacional do governo, como à de investir 0,5% do faturamento em inovação. A questão, agora, é saber como o governo vai colocar em prática o plano que pode criar uma situação inédita para a cadeia nacional, ao mesmo tempo em que reduz o déficit na balança comercial.
Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), atualmente menos de 10% das peças dos carros montados no País são efetivamente fornecidas por fabricantes nacionais. O restante é importado. Segundo a entidade, a importação de autopeças de janeiro a novembro somou US$ 19,7 bilhões, 42% a mais do que no mesmo período de 2010. Outros segmentos também aguardam iniciativas práticas do governo que valorizem a indústria local, nos moldes da política de apoio ao setor automotivo. É o caso dos eletroeletrônicos, de bens de capital, têxteis e de equipamentos de saúde, que sofrem com o avanço da concorrência estrangeira. “Queremos uma defesa comercial eficiente e incentivos para a produção local”, diz Mario Bernardini, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq).
“As medidas do governo vão valorizar a fabricação nacional” – Cledorvino Belini, presidente da Anfavea
As empresas de eletroeletrônicos também sonham com o resgate de uma cadeia de fornecedores locais, assim como aconteceu com a indústria naval. “Nós já tivemos uma indústria de componentes no passado, e agora podemos restabelecê-la”, afirma Humberto Barbato, presidente da Abinee, entidade que congrega os fabricantes de eletroeletrônicos. As demandas do setor privado, ao que parece, estão sendo ouvidas. “A ansiedade do setor produtivo é a mesma que a nossa”, diz Heloisa Menezes, diretora de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento. “Estamos encurtando todos os caminhos possíveis para estabelecer estratégias de longo prazo, que contemplem o fortalecimento das cadeias locais.”
No bojo do Brasil Maior, já foram criados 19 Conselhos Setoriais de Competitividade para construir ações de agendas estratégicas, com mecanismos para a atração de investimentos e inovação – para a indústria naval, de petróleo e gás, bens de capital, componentes e saúde, entre outros. A ordem é muito clara: só serão concedidos benefícios se houver a contrapartida de fortalecer a indústria local.Se bem-sucedido, o governo logrará três avanços fundamentais: o equilíbrio na balança comercial, o fortalecimento da indústria e o aumento do investimento da inovação. Um dos setores mais complexos dessa lista é, sem dúvida, o de microeletrônica.
Com um dos maiores déficits na balança comercial – deve superar os US$ 20 bilhões neste ano –, a indústria de componentes, que inclui os minúsculos chips, requer um nível de tecnologia e uma necessidade de escala de produção que o Brasil ainda não comporta. O caminho é longo, mas a expectativa do governo é comer pelas beiradas. Ele tem aumentado os incentivos para atrair alguns elos dessa cadeia, como as empresas de encapsulamento de chips. O vice-presidente de estratégia da Ericsson na América Latina, Lourenço Coelho, diz que a estratégia do governo é fundamental, até porque facilitaria a vida das empresas instaladas aqui. “Aplaudimos a iniciativa e nos comprometemos a comprar os componentes locais”, diz Coelho.